quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Apocalyptica - A Decade of Reinventing the Cello

Para os apreciadores de boa música de plantão – ou no mínimo inusitadas, resolvi postar aqui sobre uma banda “ou ame ou odeie” do mundo dos crossovers entre heavy metal e música erudita.

Em 1993, na escola de música Sibelius Academy em Helsinki; Finlândia, se reuniam pela primeira vez os violoncelistas Eicca Toppinen, Max Lilja, Antero Manninen e Paavo Lötjönen. Influenciados pelo heavy metal e música clássica, eles se entusiasmaram em criar versões das canções do Metallica no violoncelo. Primeiro mostraram para uns amigos próximos, mas logo começaram a fazer pequenos shows acústicos na região, que chamaram cada vez mais a atenção do público.


Dividindo o tempo entre a escola de música e os shows, o grupo, no final de 1995, se apresentou em uma importante casa de shows de Helsinki. Era a primeira vez que utilizavam amplificadores. Foi neste show que eles conheceram Kari Hunninen, que se tornou empresário do grupo e logo conseguiu um contrato com a Zen Garden, subsidiária da Mercury Records. Em 1996, saiu o álbum de estréia “Plays Metallica By Four Cellos”, só com covers do Metallica, e no final do mesmo ano, foram convidados a abrir dois shows do próprio Metallica em Helsink.

“Plays Metallica By Four Cellos” vendeu cerca de 350 mil cópias no mundo, um número muito bom para um álbum de estréia com covers. Não demorou muito para Eicca começar a compor para o Apocalyptica e três canções entraram no segundo disco, “Inquisition Symphony”, lançado em 1998. O trabalho também contou com covers de músicas do Sepultura, Pantera e Faith No More, além de quatro do Metallica.

No ano de 2000, o grupo acumulava mais de 100 shows em vinte países e começou a se dedicar à produção de um novo trabalho. Durante a gravação, Antero Manninem optou por deixar o Apocalyptica para acompanhar a Helsinki Philarmonic Orquestra. O álbum “Cult” saiu no final de 2000 já com um novo integrante, Perttu Kivilaakso, que havia se apresentado com um grupo uma vez em 1995. “Cult” mostrava o crescimento musical e a busca pelo próprio estilo ao se distanciar dos covers que os projetaram. As composições de Eicca ocuparam mais espaço na seleção das músicas e apenas quatro covers foram incluídos.

Dois anos após o lançamento, o grupo perdeu mais um integrante, Max Lilja, que alegou problemas pessoais com Eicca Toppinen. Sem substituições desta vez, o quarteto tornou-se um trio e seguiu com a produção do quarto disco. “Reflections” foi lançado em 2003 apenas com composições de Eicca e Perttu e um som próprio, um estilo que eles chamaram de “cello-rock”. Os shows do disco contaram com Antero Manninen, que não voltou ao grupo, mas acompanha as turnês. Ainda em 2003, o grupo lançou o single “Seemann”, em parceria com a cantora alemã Nina Hagen. A música é uma regravação do grupo Ramstein.

Em 2005 a banda marcou seu retorno aos estúdios com o lançamento do disco auto-intitulado. O material reúne 11 faixas com destaque para a música “Bittersweet”, primeiro single do repertório. A música contou com Ville Valo do H.I.M nos vocais. O álbum ainda traz novamente a presença do baterista Dave Lombardo.

Atualmente em atividades de divulgação de seu ultimo álbum – “Worlds Collide”, Apocalyptica continua surpreendendo tanto os fãs de musica erudita quanto os mais fiéis seguidores de música pesada, pois a banda com certeza nos mostra o quão tênue é o limite que divide estes estilos, e como os mesmos podem trabalhar bem quando postos em perfeita harmonia.



Clave de Sol - Partituras para Cello


Apocalyptica - Seemann

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Apocalyptica – Faraway

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quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Deusa Ishtar, 2.000 A.C...

Ishtar (também grafado como Istar) é o nome de uma das mais importantes deusas da mitologia mesopotâmica, deusa do amor, da fecundidade, dos nascimentos, dos combates e da cura. Ann-Déborah Lévy assim a descreve: "O caráter da deusa babilónica Istar resulta da fusão de duas divindades mais antigas: Inana, Deusa-Terra e Deusa-Mãe sumeriana, e Istar, de que ela conservou o nome, deusa semítica dos combates e da estrela da manhã".

As origens da Deusa Ishtar se estendem a um período antedeluviano, sendo mencionada na “Epopéia de Gilgamesh”, suposto rei mortal que governou a cidade estado de Uruk, que em estimativas situa-se logo após o período pré-histórico, mais precisamente em algum período do primeiro século do XXI milênio A.C.

A “Epopéia de Gilgamesh” é o primeiro registro humano escrito que se tem conhecimento, sendo que os mesmos foram esculpidos em tábuas de argila e encontrados nas escavações arqueológicas junto aos restos do palácio de Nínive. E as mesmas só puderam ser traduzidas do cuneiforme, com a descoberta da “Inscrição de Dario”, encontrada na rocha de Behistun, perto de Kermanshah, na Pérsia, escrita em caracteres cuneiformes em três línguas – o persa, o babilônico e o elamita arcaicos.

Muitos paralelos costumam ser traçados entre a Deusa Ishtar e suas sucessoras em outras culturas mais recentes, como Afrodite; Deusa grega da beleza e da paixão carnal, ou ainda Vênus. No entanto, apesar das qualidades demonstradas por Afrodite e Vênus serem o amor e a beleza; Ishtar apresenta um lado mais sombrio, portanto mais condizente com a realidade. Ela era a rainha do céu, e como Deusa do amor e da guerra, era uma personagem ambígua, portanto; de caráter mais humano. Quem não se lembra de Helena de Tróia, rosto cuja beleza fez milhares de navios lançarem-se ao mar para a guerra de Tróia?

Dotada desta ambigüidade, Ishtar era sem duvida uma Deusa bela e terrível. Sua beleza fica clara em um hino composto em 1600 A.C.; “Reverenciai a rainha das mulheres, a maior entre todos os Deuses; o amor e o deleite revestem seu corpo; ela esta cheia de ardor, encanto e voluptuosa alegria; seus lábios são doces, sua boca é a vida, a felicidade atinge seu auge quando ela esta presente; que visão gloriosa! Os véus cobrindo seu rosto, suas graciosas formas, seus olhos cheios de brilho”. Esta é a radiante deusa do amor em sua primeira aparição à Gilgamesh, mas ela logo se transforma e assume uma face mais familiar, o da “Senhora das dores e das batalhas”.

É a este seu caráter que lhe foi dirigido um hino da Babilônia: “Oh estrela da lamentação; fazeis com que o irmãos na paz se ponham em luta uns contra os outros e, no entanto, inspirais uma amizade leal e perseverante. Oh, poderosa, senhora das batalhas, que derruba montanhas.”

Em uma análise mais aprofundada, podemos compreender aonde se encaixa o arquétipo na psique dos seres humanos desta bela e terrível deusa, traçando-se um paralelo entre a existência física de certas mulheres e o aparente poder hipnótico e sedução que as mesmas possuem, que sintetizam bem o caráter da Deusa Ishtar como a personificação da complexidade feminina: A dança e sensualidade.

Hoje em dia as verdadeiras dançarinas da alma, principalmente as que se utilizam das culturas oriundas do antigo oriente médio são as que praticam a dança do ventre.

Dentre os muitos episódios do mito de Ishtar, um é particularmente relacionado à dança: a história da descida de Ishtar ao mundo dos mortos. A deusa empreende esta jornada em busca de Tammuz, seu amado, que havia morrido em um moinho de grãos. No mundo dos mortos, Ishtar é obrigada a atravessar sete portais e a deixar, em cada um deles, um ornamento ou peça de sua vestimenta. Enquanto a deusa se encontra no mundo dos mortos, a vida fenece sobre a terra - é a estação de estiagem, quando a vegetação seca e os rios se esvaziam.

Quando Ishtar ressurge dos abismos, a vida renasce na terra, os campos se cobrem de relva verde e nos rios volta a correr água abundante. A dança dos sete véus é por vezes associada a essa passagem da mitologia de Ishtar, sendo esta uma da mais famosos, belos e misteriosos ritos primitivos.

Esta dança não era praticada em ritos de fecundação como muitos acreditam; mas pelas sacerdotisas dentro dos templos da Deusa Egípcia Ísis; posterior à Ishtar mas com clara influencia cultural da mesma. A sacerdotisa oferecia a dança para a Deusa que dentro dela existe, e lhe da beleza e força.

Essa dança era realizada em homenagem aos mortos. As sacerdotisas, em seus templos, retiravam não só os véus, mas todos os adereços sobre o seu corpo, para simbolizar a sua entrada ao mundo dos mortos sem apego a bens materiais – neste caso, em uma clara analogia à Ishtar.

Determinada, Ishtar atravessou os sete portais do submundo, e em cada portal deixou um de seus pertences: um véu ou uma jóia (cada um deles representando um de seus sete atributos: beleza, amor, saúde, fertilidade, poder, magia e o domínio sobre as estações do ano). O véu representaria o o que ocultamos dos outros e de nós mesmos. Ao deixar os véus Ishtar revela sua verdade e consegue unir-se a Tamuz.

Mais tarde passou a simbolizar as sete cores do arco-íris, os sete planetas conhecidos na época (que estão representados na dança como possuidores de qualidades e defeitos que influenciam o temperamento das pessoas) e os sete chackras (pontos energéticos do corpo humano). Com isso, a dança passou a ser realizada por bailarinas, que limitavam-se a retirar os véus. A retirada e o cair de cada véu , significam o abrir dos olhos, o cair da venda, que desperta a consciência da mulher bem como a evolução espiritual.

Muitos mitos se dizem a respeito das Deusas Ishtar, Isis, Vênus, Afrodite entre tantas outras...

...entretanto, cabe ressaltar que, falando-se de dança do ventre, não existe verdade e nem tãopouco mentira absoluta.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Jacqueline Du Pré & Cello

Não vou ficar aqui enganando ninguém. Não sou especialista em música clássica, embora gostaria muito de ser. Meus estudos em cima de instrumento clássico é recente, embora o gosto tenha vindo já há muito. Melancólico, soturno, velho. Assim é que vejo o Cello: como um espelho do que sou. Aquele som grave e ranzinza me fascina.

Embora possa soar arrogante, não deixo de me sentir privilegiado. Pois, o fato é que sobrevivi ao mau-gosto da minha geração, que se deixou contaminhar impiedosamente por pagodes, sertanejos, axés e coisas do gênero. Aos trancos e barrancos, acho que consegui consolidar um gosto que apesar de incoerente, está sempre em busca de algo mais do que a vulgaridade que se oferece às massas.

Quantas coisas maravilhosas descobri em minha curta jornada pelos clássicos. E quanto ainda há para ser descoberto!

Compositores como Respighi, Elgar, Dvórak e nosso querido Bach para citar o mais conhecido, tem me acompanhado por longas madrugadas de reflexão e viagens intrapessoais; normalmente regados à vinho e incensos.

No entanto o que a maioria das pessoas desconhece, são os intérpretes de suas obras que imprimem toda a sua alma em suas releituras e execuções; como Yo-Yo Ma, Paul Casals, Rostropovitch e claro, a saudosa Jacqueline du Pré.

Jacqueline du Pré, violoncelista de origem Inglesa, tinha um desempenho raro e Brilhante, aclamada por sua habilidade técnica, sua profundidade e a paixão que imprimia em suas interpretações.

Tinha o melhor desempenho conhecido tocando concertos para violoncelo, especialmente o Concerto para violoncelo em Mi menor de Elgar.

Da mesma maneira que sua carreira foi brilhante; infelizmente também o foi trágica e curta, pois aos 28 anos começou a apresentar os primeiros sintomas da esclerose múltipla.

Nascida em Oxford, Inglaterra, Du Pré ouviu pela primeira vez e perguntou por um violoncelo quando tinha quatro anos de idade, começando a tocar com cinco. Aos seis anos entrou para a escola de violoncelo em Londres. Aos sete anos de idade apresentava seu primeiro concerto.

Quando completou 11, ganhou o primeiro prêmio internacional de violoncelo de Suggia, mesmo que a competição estivesse aberta aos concorrentes maiores de 21. Du Pré continuou a ganhar prêmios durante todos os seus anos de escola, incluindo em cima da graduação de Guildhall, em 1960, a medalha de ouro da escola.

O reconhecimento profissional de Jacqueline du Pré veio em 1961 quando tocou no Salão Wigmore, em Londres, um raro violoncelo que lhe foi oferecido por um anônimo - um Stradivarius de 1672 conhecido por “Stradivarius Dadidov; ou também Davidoff), fabricado na Italia pelo conhecido luthier Antonio Stradivari, de Cremona.

Sua intensidade e virtuosidade impetuosas atraíram a atenção imediata, e levantou-se logo ao ápice de sua profissão, viajando por toda Europa e América do Norte.

Após diversos anos muito ocupados, viajou a Moscou em 1966 para estudar com o renomado violoncelista e maestro Mstislav Rostropovich. Em 1967, du Pré casou com o pianista e maestro Daniel Barenboim, e os dois executavam e gravavam juntos freqüentemente.

Em 1971, no topo de sua carreira, du Pré começou apresentar dificuldade ao tocar e, às vezes, era incapaz de sentir seus dedos. Fez exames e, durante um ano, parou de se apresentar. Em 1973, fora-lhe diagnosticada esclerose múltipla e du Pré teve que aposentar-se. Impossibilitada de tocar, começou a ensinar e trabalhou em nome da pesquisa da esclerose múltipla. Foi eleita violoncelista oficial da ordem do império britânico em 1976. Jacqueline du Pré faleceu em 19 de outubro de 1987, em Londres.



Vídeo - Jacqueline Du Pre em backstage, antes do concerto de Schubert; "Forellenquintett"

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Reflexões Revisitadas...

Sim, estava uma noite agradável
A ser dito não havia nada - simples assim...
Sem roteiros, a noite se abriu em um descortinar...
Assim feito, veio a rendição e a aceitação;
De que no final, o tudo e tambem o nada, valem a pena...

Mas não no sentido sombrio, minha querida... Não como seus lápis para os olhos...
"Vê lá no fundo; aquela luz suave?"
É o equilíbrio perfeito, Eros & Thanatos...
O amor quantico eterno em conflito com a finitude da carne...
Bem, percebes que estas eram as amarras...?

A estrela da vida e a lua da noite sombria...
Quando eles assim se manifestam, equilibrados;
Então a existência se torna esta;
Uma linda e eterna dança sobre o fio da navalha...

- "Vês, nesta dança não existe espaço;
Para egos e personas, este teatro de máscaras...
Quem as mantem de fato não enxergam;
O que se tornou claro para aqueles que por mal;
Ou por bem, perderam as suas..."

Egos são fictícios, produtos de uma inverdade;
Uma mentira necessária pois aqui estamos no que construimos;
Mas não enxergamos por enquanto o que esta além...
A verdade as vezes dói, machuca, eu sei...

Mas sabes que a dor é um passo necessário.
É a iniciação, despir-se da carne;
Afinal, já cruzamos o ponto de não retorno...
E hoje, por sermos o que somos; enxergamos;
O que apenas se sente, não se vê...

Porque sei que, alem do vazio;
Reside o sentir-se pleno de amor...
Portanto é isso que está sendo arrancado de tí;
Velhas vestes que não mais te servem;
Que darão espaço à novas, ainda mais belas...

...afinal, não estamos na noite; aonde as estrelas costumam brilhar;
Em toda a sua plenitude...?
Não existem palavras para descrever eu bem sei; então, apenas;
Brinco com as tuas...


- "Não, o gato branco não teme que seus scarpins pretos lhe façam algum mal; pois o
mesmo lhe conhece há muito já..."

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Para entender as diferentes vertentes do Metal e do Rock...

...vamos imaginar uma situação e seus respectivos desfechos na abordagem de cada estilo.

"No alto do castelo, há uma linda princesa - muito carente - que foi ali trancada e é guardada por um grande e terrível dragão"...



METAL MELÓDICO: O protagonista chega no castelo num cavalo alado branco; mata o dragão com sua espada mágica; salva a princesa; fogem para uma floresta encantada, onde fazem amor, observados por duendes.

THRASH METAL: corre até o castelo, "duela" com o dragão, pega a princesa e fode ela

FOLK METAL: chega uma galera tocando acordeon, fazem o dragao dormir depois de tanto dançar, e vao embora... sem a princesa...

VIKING METAL: chega em seu cavalo, desce e mata o dragao com um machado, assa e o come. Depois pega e fode com a princesa e dorme em volta da fogueira.

HEAVY METAL: O protagonista chega no castelo numa Harley Davidson, mata o dragão, enche a cara de cerveja com a princesa e depois transa com ela.

DEATH METAL: O protagonista chega, mata o dragão, transa com a princesa, mata a princesa e vai embora.

BLACK METAL: Chega de madrugada, dentro da neblina. Mata o dragão e o empala em frente ao castelo. Sodomiza a princesa, a corta com uma faca e bebe o seu sangue em um ritual satânico. Depois descobre que ela não era mais virgem e a empala junto com o dragão.

WHITE METAL: Chega ao castelo, exorciza o dragão, converte a princesa e usa o castelo para sediar mais uma "Igreja Universal do Reino de Deus".

ROCK N' ROLL CLÁSSICO: Chega de moto fumando um baseado e oferece para o dragão, que logo fica seu amigo. Depois acampa com a princesa numa parte mais afastada do jardim e depois de muito sexo, drogas e rock n roll, tem uma overdose de LSD e morre sufocado no próprio vômito.

PUNK ROCK: Joga uma pedra no dragão e depois foge. Picha o muro do castelo com um "A" de anarquia. Entra pelos fundos do castelo, quebrando uma janela. Enche a princesa de pircings. Abre uma barraquinha de fanzines no saguão do castelo. Expulsa a princesa, chamando-a de "Traidora do Movimento".

PROGRESSIVO: Chega, toca um solo virtuoso de guitarra de 26 minutos. O dragão se mata de tanto tédio. Chega até a princesa e toca outro solo que explora todas as técnicas de atonalismo em compassos ternários compostos aprendidas no último ano de conservatório. A princesa foge e vai procurar o protagonista Heavy Metal.

HARD ROCK: Chega em um conversível vermelho com duas loiras peitudas e tomando Jack Daniel's. Mata o dragão com uma faca e faz uma orgia com a princesa e as loiras.

GLAM ROCK: Chega no castelo. O dragão ri tanto quando o vê que o deixa passar. Ele entra no castelo, rouba o Hair Dresser e o batom da princesa. Depois a convence a pintar o castelo de rosa e a fazer luzes nos cabelos.

DOOM METAL: chega la, olha o tamanho do dragao, fica deprimido e se mata. Dae vem o dragao, fode ele e depois o come.

GOTHIC METAL – O cavaleiro chega soturnamente. É lua cheia, o campo está tomado por um denso nevoeiro e ele lamúria o fato de o castelo estar tomado por tal criatura. Diante da tragédia, se lança contra o dragão, que o fere. Ainda assim, consegue com um golpe cortar a garganta daquele ser. Ajoelha-se sobre o sangue do voraz animal e, com as mãos recobertas pelo sangue, vai ao encontro da princesa.
Faz frio e sua respiração é densa. Ao encontrar a donzela, no entanto, vê que ela não se encontrava mais com vida e percebe que a princesa, desesperançosa em ser resgatada, cometeu suicídio. Fadigado pela árdua jornada, vê que o ferimento proferido pela criatura fora fatal e cai, morto, ao lado da amada. (Créditos quanto ao "Gothic Metal" - Murilo Biagioli, JP - Jornal de Piracicaba)

GORE METAL: Chega, mata o dragao. Sobe no castelo, fode ca princesa e mata ela. Depois fode-a dinovo. Agora queima a princesa. Na volta, fode com o dragao tb. Dae ele fica com fome e come o dragao e a princesa.



Comportamento - Levando a coisa mais a sério...

A música soa diferente em ouvidos diferentes. Os apaixonados pela música sejam estas em qualquer estilo; costumam defender o que ouvem com unhas e dentes...

Difícil senão quase impossível assistir a um programa de TV hoje em dia, e perceber algum tipo de sentimento nas músicas que estão em voga na midia. Vemos cada vez mais músicas mais enxutas em criatividade, ritmos que seguem os modismos, letras que - quando existem - seguem padrões impostos pelo mercado.

Resumindo, a música se tornou apenas mais um bem de consumo descartável.

- Onde está a música que vem da alma?

Em parte tive a oportunidade de acompanhar a evolução do Heavy Metal a partir de metade dos anos 80, e sempre convivi com o rótulo de "música de vagabundo", "música de drogado" ou ainda "música do diabo".

Para nós que vivemos neste cenário vemos outra realidade. Traçando o verdadeiro perfil dos fãs de música pesada, normalmente nos deparamos com pessoas que tem formação escolar acima da média, geralmente com nível superior. Pessoas cultas que tocam instrumentos musicais, que conhecem mais de um idioma, e que estão por dentro dos acontecimentos do país e do mundo.

Resumidamente podemos dizer que os amantes do Metal em todas as suas variações são pessoas bastante lúcidas.

Sustentando tal afirmação, vale citar uma pesquisa divulgada em 21 de março em Londres, realizada entre estudantes da Academia Nacional para Jovens Talentos.

A Academia Nacional para Jovens tem a reputação de selecionar e admitir apenas os 5% dos jovens com as mentes mais brilhantes do país. Entre estes 5%, mais de um terço dos entrevistados incluiu o Heavy Metal entre seus estilos favoritos.

Grupos como Slayer estão entre os favoritos, justamente pelo apurado senso musical contido em suas composições instrumentais, bem como as letras com mensagens políticas e a forte carga emocional.

Os responsáveis pela pesquisa reconheceram sua surpresa ao ver que os estilos menos populares entre os superdotados eram os que tradicionalmente são associados às mentes mais privilegiadas, como jazz e música clássica.O responsável pela pesquisa, Stuart Cadwallader, da universidade de Warwick, disse que os resultados obtidos mostram que estes jovens encontram no Heavy Metal uma espécie de "catarse", de forma particular os que, apesar da inteligência superior, têm baixa auto-estima.


Esse tipo de música agressiva serve também para que canalizem suas frustrações e insatisfação, disse Cadwallader, em conferência realizada na British Psychological Society, na cidade inglesa de York.De acordo com Cadwallader, "as pressões associadas à condição de superdotado talvez possam ser esquecidas, temporariamente, com a ajuda desta música".

Experiência Pessoal

Como mencionado acima, acompanho o movimento Heavy desde a metade dos anos 80, tendo já freqüentado variados shows de variadas bandas em diversos estilos diferentes.

Embora suspeito para dizer visto a minha predileção musical e raízes, afirmo por experiência pessoal que entre os shows que são possíveis se sentir uma energia sutil fortíssima permeando o local, os mais incríveis são os de Heavy Metal.

Minha paixão por este estilo continua; no entanto com a idade vamos nos tornando pessoas cada vez mais abertas à novos estilos e idéias. Para os que são mais próximos a mim, sabem que hoje em dia flerto muito com o clássico até mesmo por estar determinado a continuar aprendendo Cello.

Bom, no início do texto, perguntei “aonde está a música que vem da alma?”

A Música que vem da alma esta aqui, ao nosso redor, para ser sentida, degustada e apreciada; a verdadeira musica que nos toca. Tais musicas são aquelas que nos tocam direto em nosso coração. Musicas que despertam sentimentos. Musicas orgânicas, cheias de vida. Algumas mais sutis, outras mais violentas ou agressivas. Mas todas elas, musicas que nos passam algo.

O que esta de fato desaparecendo não é a musica de boa qualidade; e sim, a capacidade dos seres humanos de enxergar e valorizar tais qualidades em toda a sua variedade. Não são apenas
as musicas que se tornam cada vez mais toscas, e sim, o ser humano; pois a sociedade esta fazendo com que percamos a capacidade de apreciar toda a suavidade e nuances de tudo que são consideradas como belas artes...