terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Notas Na Interpretação - Emmanuel Feuermann


Existe um material escrito pelo cellista Emmanuel Feuermann que aborda não tanto a técnica, mas sim o “feeling” e o estado de espírito necessário para a execução do cello, que acho imprescindível para qualquer um que busque o domínio deste instrumento.

Sabe-se lá porque são poucos os professores que abordam este assunto. Aliás não sei porquê não o fazem; talvez por ser assunto subjetivo demais... Mas, sinceramente, eu acredito que é fundamental este “quê” de subjetividade e feeling não racional, para uma correta abordagem, interpretação e execução do instrumento...

Afinal, quando o assunto se trata de Cello, não são nossos dedos ou a matemática que trabalha... É nosso feeling e subjetividade de nossa alma que se expressa através do instrumento, fazendo da técnica uma ferramenta...

O material que disponibilizo aqui está em inglês – então espero que vocês tenham o domínio do idioma – mas caso um numero grande de pessoas solicitem-no em português, posso pensar em trabalhar em uma versão traduzida...

Abçs!


Prefácio do Editor:

Estas anotações por Emmanuel Feuermann foram coletadas de diversos cadernos de anotações que o violoncelista levava com ele durante as suas tours de concerto pelos Estados Unidos entre os anos de 1940 e 1942. As anotações originais estavam escritas em Alemão, e as ultimas partes, em sua maioria em Inglês.

Uma tentativa foi feita para balancear o material por tópicos de interesse em relação à ordem das anotações feitas pelo violoncelista; e obviamente houve algumas repetições. Mas isto pode ser tolerado, pois em cada contexto de tais repetições, existem nuances diferentes apresentadas por Feuermann, para cada um dos tópicos.

Por necessidade, foi necessária uma re-interpretação para corrigir erros óbvios na gramática das palavras escolhidas que podem obscurecer o sentido original; e ocasionalmente, uma palavra ou frase foi adicionada para a manutenção da conexão entre as idéias.

E, como ainda também existem apenas fragmentos escritos, espalhados por tais cadernos, uma reestruturação de alguns parágrafos foi necessária.

Seymour Itzkoff

Livre Trad. Andreas Mann


Link:






quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Amanda Palmer & Neil Gaiman...

E, ainda sobre Amanda Palmer & Neil Gaiman...

Claro, não estou em Londres e nem estava na tal data (era dia 15 à 26). Mas achei bizarro - e hilário - o pedido para "um pico" em londres para a preparação da tour Européia da garota...
Então posto aqui, com uns meses de atraso...

Chorem:


A Amanda Palmer Precisa De Uma Casa Em Londres

Post original: http://journal.neilgaiman.com/2008/08/amanda-palmer-needs-house-in-london.html
Autora: Olga Nunes
Data: Sábado, 16 de agosto de 2008
Tradução: Daniel Duclós e Rodrigo Pimentel

O Neil mandou um alô da China pra passar adiante este pedido, em nome da impressionantemente talentosa Senhorita Amanda Palmer:

AMANDA & DANGER ENSEMBLE PROCURAM EM LONDRES UM LUGAR PRA FICAR/UM LUGAR PRA ENSAIAR
15 a 26 de SETEMBRO

a gente (eu e 5 australianos doidos, também conhecidos como the danger ensemble, que estarão se apresentando comigo no palco o ano todo) está indo pra Londres pra se preparar pra nossa turnê européia e precisa de um pico pra ficar que seja perto do centro de Londres!
o ideal é que você viva num lugar incrível com diversos vestiários disponíveis em cima de um estúdio de ensaio (ou uma garagem grande) e que você queira descolar ele pra gente entre 15 e 26 de setembro.

a gente precisa de um espaço relativamente confortável - compartilhar as camas é tranqüilo mas a gente tem que ter camas.

internet wireless é muito necessário. aquecimento e ficar perto do metrô seria altamente desejável. não precisa ser nenhum palácio - a gente se ajeita - se você sabe de alguém que esteja de férias de verão ou que tenha um lugar desses que possa ser habitável por umas semanas AVISA A GENTE!

se você tem uma idéia SÓ pro lugar pra ensaiar ou SÓ pro lugar pra ficar, diga. a gente pode acabar indo de um pro outro se não achar os dois num mesmo lugar.

além disso, se você souber/puder recomendar algum estúdio barato pra ensaio por favor avise a gente, serve qualquer coisa grande o suficiente pra acomodar 7 pessoas e alguns músicos andando pra lá e pra cá. tem que ser maior que um quarto mas menor que uma rodoviária.

e em troca?

um. a gente faz a janta pra você. te paga bebida, ama você, podemos te arrumar uns ingressos pro show da ICA, e qualquer outro show europeu, material promocional de graça, e se você estiver no pique, é possível que todos do ensemble também te dêem uns catos.

steven do The Danger Ensemble está com água na boca esperando receber seu email então manda ver: tour@dangerensemble.com

(De: Amanda Palmer)

Eles estão precisando urgentemente de acomodações de última hora, então se você sabe de um lugar avise-os ASAP. (Quanto antes você mandar um email pra eles, mais cedo você poderá receber seu abraço grupal gigante.) Passe adiante.

Saudações,
A Artista Anteriormente Conhecida Como A Bastante Oficial Web Elf


ISSO deve ter sido extremamente divertido... hehehe



Amanda Palmer & Neil Gaiman


Estava procurando uns vídeos da Amanda Palmer - para quem não conhece, a psicótica que faz duo com Brian Viglioneno não menos psicótico, "The Dresden Dolls" - e as gravações para seu album solo, o maravilhoso "Who Killed Amanda Palmer";
quando me deparei com esse vídeo insólito.

A Amanda Palmer, cá entre nós, não é lá aquele expoente de representatividade da beleza feminina. Mas achei interessantíssimo o fato de ela estar apenas de calcinha e sutiã, cantando as 4:00 am. para Neil Gaiman um cover de Radiohead, em um vídeo caseiríssimo.

Tem algo altamente charmoso aí. rs


De qualquer forma acho eu que vocês iriam gostar de ver...
Sério, a Srta. Palmer estava "a lá vonté", pois era pausa de uma das sessões de fotos para seu album, o já citado "Who Killed Amanda Palmer". A música que ela toca, é "Swamp" do Radiohead, e o vídeo que Neil mostra para ela no youtube, é o da música - "Everything sounds like coldplay now", de
Mitch Benn & The Distractions; uma alusão muito bem sacada, ao "Coldplay" e a posterior infestação de bandas-xerox da mesma...

Vale a curiosidade, pois acho tanto a Amanda Palmer quanto Neil Gaiman, artistas geniais...




quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Porquê todos os retornos são difíceis?



Para mim, retornar aqui após tempos, se tornou algo dificílimo. Existem muitas magoas. Muitas dores. Muitas coisas mal resolvidas que no final, percebo não envolverem mais “pessoas” – porquê estas, sequer existem mais – envolvem apenas memórias...

Algo tem martelado em minha cabeça... Coisas antigas que não quero mais reavivar. Coisas que sei que não me trariam nada de útil.

Memórias. Sinto-me afogado. Sinto-me zoado. Porquê não me parece tão errado querer afogá-las em uma garrafa de Bourbon? Para “eles”, claro. Sempre vai ser. Não existe nobreza nenhuma em se embriagar para esquecer?

Por hora, tento me lembrar da seguinte frase...

“Não deixe as lembranças te matarem”

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Violinos, Cello, Rock... Pt. 14 - "A Whisper In The Noise"



A melancolia é uma dádiva em alguns casos?


Até acho que sim. Digo. Oras é engraçado como a maioria das bandas que costumo resenhar tem essa pegada meio “soturna”. Vai saber. Vai entender. Mas o caso é que raramente eu pego alguma coisa mais... bem, como direi – “alegrinha?” para me fazer trilha sonora.


- E acredite, o que eu classifico como “alegrinho”, é bem possível que você; classificaria como “bizarro”. Lisergia acústica, uhúúú!


Então, se você tem sede por uma melancolia que seja bela, aquela coisa que te inspira a um pensamento saudosista do tipo “meu deus; faz anos já! Por onde anda **** ???”, eu recomendo isto: “Dry Land”.


Dry Land é de certa forma um álbum especial. É o terceiro long play da banda “A Whisper In The Noise” – também belo nome, que nos brinda com uma pequena preciosidade artística cheio de estórias meio dark, como se pintadas à tinta a óleo e, esculpidos pelos já clássicos instrumentos abordados aqui no Vinho & Cigarros. Lógico, o Cello está ali no meio...


Músicas com um poder de assombrar, uma pegada meio retrô, um pé calcado no gótico – não o “gótico” mela-cuecas que virou rótulo para certas bandas, recentemente – e que inspiram a mistérios de casas abandonadas no meio de um pântano. (E, acreditem! Até os rangidos de porta estão aí, fazendo sua participação nas músicas.)


Muitos confundem uma “música poderosa”, com uma parede de guitarras em pleno over drive; baterias em trovoadas e vocais rasgadíssimos. A banda conseguiu mostrar que este, não é sempre o caso, então você já consegue imaginar que não irá encontrar tais elementos por aqui, não? ...e mesmo assim, esta banda teve a competência de criar uma música que te embala, e que pressiona o ar ao seu redor, como em uma espécie de cobertor de fumaça. Acolhedor. E, opressivo.


A gama de instrumentos clássicos utilizados aqui como o Cello, o Violino e a Viola entre outros, traz um senso tonal que evoca uma melancolia introspectiva, e, como que para acompanhar, uma lâmina de frágil beleza. As guitarras são levemente dedilhadas... O piano tem algo de “abafado” em seu som, ou então quando se sobressai, o faz em lentos arpeggios que marcam a passagem do tempo, como gotas da chuva, ou então pétalas de uma flor caindo sobre chãos empoeirados de quartos levemente enferrujados... E as cordas, claro, contribuem para transformar este cenário, em uma bela pintura, no final das contas...


Mas é isto que no final das contas a banda pretendia com este álbum. Uma jornada ao seu Eu interior, descascando-o; como de fato deve ser – pois este tipo de viagem pessoal, não costuma ser um passeio de domingo para um piquenique...


Ta. Espero não tê-los assustado... Porque no final das contas, apesar de melancólico, o som deles é bonito para caramba, mesmo que eu não faça a menor idéia com o que compará-los se me fosse perguntado...



Clip: A Whisper In the Noise: "Tale Of 2 Doves"














Link: A Whisper In The Noise - "Dry Land"