Biografia: Poeta, artista, músico, escritor, ilustrador, gravurista e pintor. William Blake (1757 – 1827), nasceu em Londres em 28/11/1757 e residiu na mesma cidade até 12/09/1827, ano de sua morte. Foi um dos mais importantes expoentes do Romantismo na literatura inglesa. Terceiro dos cinco filhos de um comerciante de roupas londrino, estudou apenas o suficiente para ler e escrever, passando a ajudar o pai na loja até os 14 anos. Quando percebeu o talento do rapaz para o desenho, seu pai o enviou para ser aprendiz de gravurista. Desde os quatro anos até o fim da vida, teve visões que o lançavam num estado de exaltação.
Aos 25 anos, Blake casou-se com Catherine Boucher, que se tornou sua colaboradora e incentivadora. Juntos, eles produziram e editaram, manualmente, a maioria dos trabalhos do escritor.
Discípulo de Basire, foi influenciado por Flaxman e Fussli. Dedicou-se à pintura e à poesia, mas sua principal atividade foi a de gravador. Criou um processo artístico de impressão através de corrosão em placas de metal que denominou iluminuras impressas. Iluminura é uma espécie de pintura a cores, um delicado trabalho de ornamentação executado a mão, representando pequenas figuras, flores e outros ornamentos, com que se decoravam na Idade Média as letras capitais (ricamente coloridas) e outras partes de livros e pergaminhos. Aplicação de cores vivas a uma gravura, sobre marfim ou pergaminho.
Seu primeiro livro, Poetical Sketches (1783), foi um único publicado de modo convencional. Entre suas obras, destacam-se Songs of Innocence (1789), Songs of Experience (1794), as Ilustrações do Livro de Jó (1825), Visions of the Daughters of Albion (1793), The Marriage of Heaven and Hell (1793), e cerca de uma centena de aquarelas para a Divina Comédia, de Dante. Profundamente místico, o autor criou sua própria mitologia nos chamados Prophetical Books. Embora reconhecido posteriormente, William Blake foi profundamente incompreendido em sua época, morrendo na miséria. (por quê será que isso era e ainda é tão comum?!)
Tigre, tigre que flamejas
Nas florestas da noite.
Que mão que olho imortal
Se atreveu a plasmar tua terrível simetria ?
Em que longínquo abismo, em que remotos céus
Ardeu o fogo de teus olhos ?
Sobre que asas se atreveu a ascender ?
Que mão teve a ousadia de capturá-lo ?
Que espada, que astúcia foi capaz de urdir
As fibras do teu coração ?
E quando teu coração começou a bater,
Que mão, que espantosos pés
Puderam arrancar-te da profunda caverna,
Para trazer-te aqui ?
Que martelo te forjou ? Que cadeia ?
Que bigorna te bateu ? Que poderosa mordaça
Pôde conter teus pavorosos terrores ?
Quando os astros lançaram os seus dardos,
E regaram de lágrimas os céus,
Sorriu Ele ao ver sua criação ?
Quem deu vida ao cordeiro também te criou ?
Tigre, tigre, que flamejas
Nas florestas da noite.
Que mão, que olho imortal
Se atreveu a plasmar tua terrível simetria ?
- William Blake / Canções da Experiência.
The Tyger (O Tigre), foi publicado em Songs of Experience, e é citado em várias histórias em quadrinhos, como A Ultima Caçada de Kraven (J.M. DeMatteis & Mike Zeck), em versão adaptada; Do Inferno (Alan Moore & Eddie Campbell) e Watchmen (Alan Moore & Dave Gibbons). Além da versão adaptada na mini-série Origem (Paul Jenkins, Andy Kubert & Richard Isanove), que revela um pouco do passado enigmático de Wolverine, um clássico também. Ainda podemos achar referências de suas obras em Spawn (Todd McFarlane & Greg Capullo), no arco Urizen (uma de suas criações - The [First] Book of Urizen - William Blake).
“PARA VER O MUNDO
- William Blake
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