quarta-feira, 26 de março de 2008

Os "Baby Bundas"


Querida(o) Amiga(o),

Em algum momento entre 2008 e 2009, a economia dos EUA, Inglaterra e Rússia devem experimentar a pior recessão da sua história. Os economistas do primeiro mundo esperam uma desaceleração radical de todos os meios de produção em função da aposentadoria em massa dos Baby Boomers. O consumo deve cair drasticamente com dois terços dos Baby Boomers se aposentando até o final da década. 80% do melhor do consumo nos EUA, Inglaterra e Rússia é feito hoje pelos Baby Boomers que estão pendurando as chuteiras.
Para complicar o cenário, o alongamento da expectativa de vida das pessoas vai trazer grandes problemas para a vida dos boomers. Os seus pais estão vivendo mais, o que os obriga a sustentar os mais velhos e ainda sustentar os filhos que não se estabeleceram na vida.

Estima-se que 67% dos Baby Boomers aposentados vão ficar sem dinheiro ainda em vida. A grande maioria dos Baby Boomers contam apenas com os seus imóveis como fonte de receita quando aposentados. Entretanto, a problemática imobiliária americana já desvalorizou as suas residências em 15%.
Baby Boomers é o termo usado para descrever a geração de pessoas que nasceram no Pós Segunda Grande Guerra entre 1946 e 1964 nos EUA, Inglaterra e Rússia.

Foram eles os grandes responsáveis nas últimas três décadas pela consolidação do estilo de vida que a grande maioria das pessoas apreciam: casa, carro, televisão, família, restaurantes, shopping centers, clubes, entretenimento cultural e viagens de lazer.
Há anos se discute o impacto da aposentadoria dessa geração para o nosso futuro. Quem vai substituir os médicos, engenheiros, professores, advogado e arquitetos que estão se aposentando? Os americanos estão realmente preocupados com a questão. Para se ter uma idéia da importância desse assunto, uma busca básica no Google aponta 4.810.000 milhões de páginas sobre Baby Boommers. O Brasil não está muito preocupado com esse assunto, mas deveria. Vai faltar gente para desempenhar as funções mais básicas da economia: fazer conta e escrever. A coisa vai ficar muito feia até 2010. Nesse momento a Catho está anunciando 2.578 vagas abertas para Engenheiros Civis, 1.451 para Engenheiros Eletrônicos, 2.209 para Engenheiros de Telecomunicações, 8.121 vagas para profissionais de educação, 5.794 para profissionais Financeiros, 14.611 para profissionais de informática e 3.308 para profissionais de logística e suprimentos.

Quem irá preencher essas vagas?
E quantas novas vagas poderiam ser criadas se tivéssemos cérebros adicionais para criar planos de negócios sólidos? Para cada novo cérebro que soubesse fazer planos de negócios, teríamos 100 novos postos de trabalho, diretos ou indiretos. Para cada novo cérebro que soubesse executar um plano de negócios, teríamos 200 novos postos de trabalho.

Mas, quem irá preencher essas vagas?


Quem? Quem?


Os Baby Boomers tem muitos fãs e críticos ferrenhos. De um lado dizem que os Boomers são os grandes responsáveis pela expansão dos nossos direitos individuais. A causa feminista, os direitos dos homosexuais, os direitos civis, os direitos dos deficientes físicos são algumas das conquistas dessa geração. Além disso, a criação da televisão, a proliferação do rádio e das mídias revistas e jornais permitiram que o indivíduo passasse a ter maior controle sobre a informação que recebe. Por outro lado, os Boomers são acusados de ignorar o futuro e pensar apenas no seu bem estar individual. Investiu-se pesado na construção de fábricas, cidades e carros, deixou-se de lado o meio ambiente.

Quem critica os Baby Boomers são os líderes das gerações que vieram depois, as chamadas Gerações X e Geração Y. Muito provavelmente a sua ou a minha geração.

A Geração X é marcada pela falta de otimismo, cinismo e apatia política no status quo. Os Xs acreditam em Deus, são abertos a todo tipo de religião, mas não seguem nenhuma. A Geração X é caracterizada pela forte tendência ao empreendedorismo fora da caixa. Os Xs criaram a internet, os movimentos de Anti-Globalização e Meio Ambiente. Faz parte da Geração X quem nasceu entre 1964 e 1975.


A Geração Y é sobre quem nasceu entre 1976 e 1994. É a geração dos "sem teto"; não conseguem arrumar um bom emprego que pague o aluguel de um apartamento próprio. É a geração que precisa do dinheiro dos pais Baby Boomers para viver. Entretanto, são geralmente filhos de pais separados, por isso dependem de um ambiente social sadio no escritório para compensar a perda doméstica.
Eles cresceram com a informação na mão, eles têm computador, celulares, messengers, blogs, iPods e toda a tralha da vida moderna. Eles têm tudo, acham que sabem tudo, mas ainda não são nada, nem fizeram nada de realmente relevante com o que sabem. E pior, estão dispostos a perpetuar tudo que sabem que está errado. Eu chamo essa geração de Baby Bundas.

Eu chamo de Baby Bundas todos aqueles que têm a informação na mão mas não sabem o que fazer com ela. Não sabem por onde começar e muito menos onde quer terminar.
O Baby Bunda sabe que usar crachá corporativo é ridículo, mas não vêem a hora de pendurar o crachá de diretor da empresa no pescoço para desfilar na hora do almoço; eles sabem que ter carro corporativo é sacanagem com os estagiários que andam de ônibus, mas não vêem a hora de botar as mãos no novo Corolla 2009; eles sabem que chefe com sala grande é uma grande injustiça com os funcionários que têm que trabalhar apertados em micro cubículos sem privacidade, mas não vêem a hora de virarem chefes para ocupar a sala panorâmica com vista para a Berrini ou Paulista; eles sabem que demitir as pessoas pela idade, cor da pele, e origem é puro preconceito, mas não vêem a hora de ter o poder na mão para contratar mulher gostosa, os amigos da faculdade e mudar o escritório para a rua da badalação; eles sabem que corrupção é um dos maiores males da humanidade, mas não vêem a hora de meter a mão no cartão corporativo da empresa para levar cliente para a casa da luz vermelha. O Baby Bunda é um cego cerebral.

O Baby Bunda acredita em regras mesmo quando não as fez; acredita em harmonia mesmo quando não a tem; acredita em certezas mesmo quando nada está claro. Baby Bunda acredita em hierarquias, organogramas, status, popularidade e legado.
Baby Boomers, Geração X e Geração Y talvez não tenham nada a ver com o Brasil. A nossa geração de Boomers não lutou no Vietnã nem muito menos assistiu ao assassinato de um grande líder carismático como JFK e Martin Luther King. Pelo contrário, os Boomers brasileiros se calaram durante a ditadura militar. Eles aproveitaram o momento para fazer o pé de meia, levar um pedaço do pau brasil.

A nossa geração X tá comprando agora o primeiro computador, montando agora as suas próprias empresas por falta de opção, se divorciando em igual proporção. A nossa geração Y, bem, a nossa geração Y está bebendo nesse exato momento uma Kaiser, ou tomando uma Brahma na Zeca Hora (Eu nunca vi tanta menina de dezoito anos gorda como agora), atualizando o profile na Orkut, postando comentários em alguns blogs, ou despedaçando o carro do pai no poste da esquina.


Será que existe alguma geração de brasileiros pela qual podemos nos orgulhar?


Eu espero que sim.



Fonte: Anônimo - Agradecimentos: Rogério Fontainha / Roger design

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