domingo, 2 de maio de 2010

Sergei Rachmaninoff – Trio élégiaque Nºs. 1 & 2


Vejamos, vejamos...


Tenho desenterrado alguns plays de erudito para dar uma escutada nas ultimas semanas, aproveitando que ando em uma vibração mais introspectiva..

Um trabalho que tenho escutado com certa frequência pelos últimos dias são os Trios Elegíacos de Rachmaninov.


Sergei Vasilievich Rachmaninoff foi um compositor, pianista e maestro Russo, nascido em 1 de abril de 1873, um dos últimos grandes do estilo Romântico.

Por ter crescido dentro da tradição de Tchaikovsky, seguiu e se manteve fiel ao estilo por toda a vida.


Seus trabalhos geralmente são notórios por uma certa simplicidade requintada em termos melódicos. Tanto é que são suas as palavras “(...) Ingenuidade melódica, no sentido literal da palavra, é o verdadeiro objetivo de qualquer compositor. (...) Se este não é capaz de criar lentas melodias, há pequena chance de que ele venha a ter controle sobre a sua criação” – Alguém por favor mencione isso para alguns compositores modernos dentro de vários estilos musicais que se perdem em suas masturbações musicais.


De qualquer modo.. Ele teve um enorme sucesso em realizar exatamente o que disse em sus três Sinfonias, suas Danças Sinfônicas, sua Ilha dos Mortos e suas obras para piano.

Tamanho foi tal êxito que, a melodia de seu Prelúdio em Dó Menor tocada por ele freqüentemente após ter deixado a Rússia de maneira definitiva, em 1918; se tornou um sinônimo de tudo o que estivesse ligado a Rússia e nostalgia..


Profundamente tocado pela morte de Tchaikovsky em 1893, inicia no mesmo dia os estudos para um Trio em sua memória e, 6 semanas depois, completava seu trabalho em 3 partes, após ter “(...)suado em cada frase” de acordo com ele.


Notória a lugrubicidade dos primeiros compassos, com os repetitivos temas do piano bem como o sombrio e melancólico tom do violino e cello, ditam o tom da apaixonada e suplicante primeira parte – Moderatto – Allegro Moderato.

Na segunda parte – Quase Variazione - Rachmaninoff sutilmente refere-se a Tchaikovsky: Introduzida pelo piano, consiste numa série de oito variações sobre o tema principal da Fantasia para Orquestra; “A Rocha”, trabalho este que havia muito impressionado-o.

Já na terceira parte - Allegro Risoluto – os elementos da primeira parte retornam.

Revisada 3 vezes, os Trios foram publicados em 1917, com a dedicatória “à là memóire d’um grand artiste”, em uma nota final..


Fonte: Gramophone Archive


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Sergei Rachmaninoff – Trio élégiaque Nºs. 1 & 2


















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Partituras Sergei Rachmaninoff – Trio élégiaque Nºs. 1 & 2























2 comentários:

Cecil disse...

Andreas, querido...esse foi um post maravilhoso! Os Trios Elegíacos são duas das minhas peças favoritas de todos os tempos. Tenho um CD aqui há muitos anos com interpretação de três músicos russos desconhecidos muito, muito bons. O segundo trio tem algo da morte em si nele.

Depois volto aqui para comentar melhor, há outras coisas que desejo falar sobre o que escreveu. Adorei.
Beijos

Anônimo disse...

Legal que gostou, Cecil!! :)
Ah sim, concordo com o teu comentário; o segundo trio tem sim um motivo meio morte nele.. Provavelmente tem a ver com ser uma homenagem póstuma ao Tchaikovsky...
Mas... Esse trio me remete a coisas bem fora do comum, em termos de sensações musicais... Várias vezes quando os ouço, me bate uma sensação de transposição temporal; como se de algum modo eu fosse transportado para o início da década de 20, coisas bizarras assim... rs
O No 2 em Ré menor, ter algo de redentor nele embora sombrio... Me dá arrepios!!
Claro, claro... Sou suspeito para dizer... rs