segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Pianismos II... Tori Amos e os Festivais de Montreux


Ainda não tinha visto um álbum com este tipo de proposta, lançado no mercado.


A Srta. Amos teve a manha de lançar no mercado um CD com dois shows seus, de início de carreira.


Os dois shows foram gravados no conceituadíssimo festival de Montreal, nos anos de 1991 e 1992.


Agora, aqui está a grande sacada deste “lançamento duplo” destes dois shows em particular: Seu primeiro e multiplatinado álbum chamado “Little Earthquakes” foi lançado em fevereiro de 1992. Isto é, na gravação da apresentação de 1991, ela ainda era relativamente desconhecida.


Então, é muito legal você perceber isto nestes dois shows. Perceber que, muita, mas muita coisa mesmo pode acontecer em um ano.


Podemos aprender novas habilidades, podemos aprimorar outras, e passar por diferentes experiências de vida em um ano. E esta sacada mostra também, que um dos componentes mais interessantes na expressão artística, é perceber o crescimento de um verdadeiro artista com o passar do tempo.



A Srta. Amos construiu sua carreira, baseada na premissa do prazer de se fazer música para qualquer um que se mostrasse interessado em ouvi-la; e não como objeto vendável. Desta forma, na época ela foi aconselhada por sua gravadora a se mudar para Londres Ocidental, e tocar em quaisquer lugares que aceitassem-na.


Assim, no início de sua carreira, ela tocou em bares, casas de show, eventos etc; em que o número da platéia era apenas 1 dígito. Mas, sua maneira apaixonada de tocar não tardou a chamar a atenção, e muitas resenhas extremamente positivas, começaram a serem escritas.


Estas tais resenhas chamaram a atenção de Claude Nobs, na época um dos organizadores do Festival de Jazz de Montreaux, na Suiça.


Com a expansão do festival na década de 80 e a inclusão de um maior leque de músicos em diferentes estilos, Nobs procurava algum novo talento que pudesse apresentar no festival.


Assim, praticamente em uma aposta, ele resolveu colocar a virtualmente desconhecida Tori Amos para abrir o show do “Moody Blues” em Julho de 1991 - esta, uma banda de Londres, conhecidos pelo seu rhythm & blues e depois, psicodelia.


Talvez o que chame mais a atenção do show de 1991, fosse alem da habilidade, a paixão que ela imprimia na execução da sua música e sua relação com seu piano: Percebemos ouvindo a apresentação, que ela é graciosa, já possuía esta maneira de “fala suave”, bem como um talento incrível. Ela, ao tocar, mostrava sua alma aquela cortês platéia.



Seis meses antes do lançamento do “Little Earthquakes”, o seu set era composto basicamente pelo material deste álbum. “Crucify”, “Precious Things”, “Silent All These Years” e a linda “Winter”, eram executadas de maneira bastante afiada. Transbordando sua alma ali no palco, ela fechou o show com nada menos uma arrasadora rei-nterpretação de “Thank You”, do Zeppelin.



Na trilha do show de 1991 e o posterior lançamento e estrondoso sucesso de seu album – chegou à 14ª posição na Inglaterra – ela foi novamente convidada para retornar ao mesmo festival, na edição seguinte, em julho de 1992, exatamente 1 ano após sua apresentação.



Com um intervalo de 1 ano separando estas duas apresentações, podemos notar uma grande diferença em como a Srta. Amos sobe ao palco: Uma confiança incrível confiança e sofisticação na execução de suas músicas, ganhando assim automaticamente o respeito da platéia. Seu set, obviamente foi formado pelas músicas de seu álbum solo, no entanto, com ainda mais brilho e exatidão, sustentadas por uma incrível desenvoltura natural.


“Crucify” soava mais lustrosa, polida. “Happy Phantom”, ainda mais cheia. E novamente, ataca a “Thank You” do Led, só que junto a uma re-interpretação genial de “Whole Lotta Love”.



Nesta época, o Nirvana tinha recém lançado seu “Nevermind” – Não, não gosto nem um pouco de Nirvana -,então, ela resolve brindar a platéia com uma magistral releitura da música “Smells Like Teen Spirit,”, em piano.



São hilárias algumas passagens dos dois shows; seus comentários são espirituosos. Ouvir ela dizendo ao término de “Crucify” que é estranho receber aplausos por esta música, pois ela costumava tocá-la apenas na sala de sua casa; bem como a maneira toda especial de como ela esquece a letra de “Happy Phantom”, fala para platéia sobre isso dando risada, e retoma a música. Muito, muito bom...



Live at Montreux 1991/1992 é basicamente uma visão brilhante de uma das pianistas / cantoras mais cativantes do mundo da música; mas o “show” realmente, é o contraste do “antes” e “depois” da fama. Sua singela modéstia perante a platéia em 1991, e a maneira como ela arremata e cativa a mesma, em 1992, mostra um absurdo crescimento da Srta. Amos como artista, e talvez, de maneira ainda mais fascinante, como uma mulher e ser humano, no espaço de apenas 1 ano...



Querem saber realmente? Simplesmente genial; e ouvir estes shows, é uma verdadeira aula sobre o que é música, e como um artista deve se relacionar com a mesma – e mais importante – pessoas que não são do ramo... Vai aí a dica!



P.S. – A versão que disponibilizo aqui, é o “rip” do DVD e não do CD, portanto, é mais completo do que o lançamento em CD... E, como o lançamento é recente, estão “caçando” os links muito rápido. Se derrubarem este, me avisem que uppo-os de novo...




Tori Amos - "Winter"
- Montreux 1991

































Link Album:

http://rapidshare.com/files/147101821/tori_amos_-_live_at_montreux_1991-1992.part1.rar


http://rapidshare.com/files/147102758/tori_amos_-_live_at_montreux_1991-1992.part2.rar




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