Erica Mulkey a.k.a. Unwoman, é uma musicista interessante.
Em uma primeira análise – visual – ela parece ser a versão Cellista da cantora e pianista Tori Amos. Talvez seja isto. O fato é que as duas compartilham muito de um aparente visual despojado, embora a srta. Mulkey se apresente como uma versão bem mais jovem e portanto, descolada do que a srta. Amos.
Algo que me custa a entender quando falamos em Erica Mulkey e Tori Amos, é o porquê de; trabalhando com um leque musical tão grande e atingindo resultados que geralmente constam com “inclassificáveis”, ela ainda é comparada com o trabalho da Tori Amos?
Não, não é uma crítica, pois é característica dela balancear de uma maneira sofisticada e elegante o seu Cello, sua voz e várias influencias eletrônicas, e de fato, as duas artistas, cada qual em seu instrumento, simplesmente “acabam” com quem tem um pouco mais de feeling para a coisa. Isto, acaba equilibrando bastante bem a questão da "técnica" da Srta. Mulkey, visto que já resenhei Cellistas muito mais técnicas do que ela.
Mas, de fato, existe algo de uma leve luxúria inerente às suas composições e a maneira como canta; por vezes sedutora, as vezes sussurrada, e não poucas vezes, de uma maneira mais forte, acalcada. Música sensual e urgente, imediata; aonde são bastante claro quais são os temas – feeling – que a srta. Mulkey têm como alimento criativo: a raiva, tristeza e sexualidade.
Isto é; elementos que tão cruciais a mim, são para qualquer outra pessoa. E claro, com sua música, ela faz questão de nos levar para uma voltinha em seu “inferno” particular.
Então, se ela tem esta amplitude tão grande em termos de “persona”, porquê, invariavelmente, tudo o que ela faz continua me remetendo diretamente à Tori Amos? Agora, o mistério cresce, pois vejam, estou falando de uma musicista que, não raro, acrescenta elementos da seminal banda Industrial, Ministry, bem como The Cure, Bauhaus e Siouxsie em suas composições.
Talvez, a resposta esteja em como se dá seu processo criativo. Embora algumas músicas surjam de maneira espontânea e outras, levam anos para que ela atinja um “status” em que ela se dê por satisfeita – a moça é lá perfeccionista – todas elas passam pelo mesmo processo inicial: O Piano.
Acho legal perceber sua capacidade natural e desenvoltura quando tocando, seja suas próprias composições, ou terceiros. Aliás, é interessante ver também a quantidade e variedade de releituras “clássicas” dentro do rock, como por exemplo “The House of the Rising Sun” (Conhecida pela versão do “The Animals”, em 1964) ou a “Deeper Understanding” da Kate Bush e até mesmo, a “Drowning Man” do The Cure.
Bem, e o que mais? Nas horas vagas, ela “toca” sua empresa e selo próprio; a “Unmediated Productions”
Tah, beleza então, né...? Fascinante...
Bom, tanto comparei a mulher com Tori Amos, então segue a versão para Cello de "Crucify"... Bem básico...
Um comentário:
Updated 30/03/2009
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