segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Violinos, Cello, Rock... Pt. 14 - "A Whisper In The Noise"



A melancolia é uma dádiva em alguns casos?


Até acho que sim. Digo. Oras é engraçado como a maioria das bandas que costumo resenhar tem essa pegada meio “soturna”. Vai saber. Vai entender. Mas o caso é que raramente eu pego alguma coisa mais... bem, como direi – “alegrinha?” para me fazer trilha sonora.


- E acredite, o que eu classifico como “alegrinho”, é bem possível que você; classificaria como “bizarro”. Lisergia acústica, uhúúú!


Então, se você tem sede por uma melancolia que seja bela, aquela coisa que te inspira a um pensamento saudosista do tipo “meu deus; faz anos já! Por onde anda **** ???”, eu recomendo isto: “Dry Land”.


Dry Land é de certa forma um álbum especial. É o terceiro long play da banda “A Whisper In The Noise” – também belo nome, que nos brinda com uma pequena preciosidade artística cheio de estórias meio dark, como se pintadas à tinta a óleo e, esculpidos pelos já clássicos instrumentos abordados aqui no Vinho & Cigarros. Lógico, o Cello está ali no meio...


Músicas com um poder de assombrar, uma pegada meio retrô, um pé calcado no gótico – não o “gótico” mela-cuecas que virou rótulo para certas bandas, recentemente – e que inspiram a mistérios de casas abandonadas no meio de um pântano. (E, acreditem! Até os rangidos de porta estão aí, fazendo sua participação nas músicas.)


Muitos confundem uma “música poderosa”, com uma parede de guitarras em pleno over drive; baterias em trovoadas e vocais rasgadíssimos. A banda conseguiu mostrar que este, não é sempre o caso, então você já consegue imaginar que não irá encontrar tais elementos por aqui, não? ...e mesmo assim, esta banda teve a competência de criar uma música que te embala, e que pressiona o ar ao seu redor, como em uma espécie de cobertor de fumaça. Acolhedor. E, opressivo.


A gama de instrumentos clássicos utilizados aqui como o Cello, o Violino e a Viola entre outros, traz um senso tonal que evoca uma melancolia introspectiva, e, como que para acompanhar, uma lâmina de frágil beleza. As guitarras são levemente dedilhadas... O piano tem algo de “abafado” em seu som, ou então quando se sobressai, o faz em lentos arpeggios que marcam a passagem do tempo, como gotas da chuva, ou então pétalas de uma flor caindo sobre chãos empoeirados de quartos levemente enferrujados... E as cordas, claro, contribuem para transformar este cenário, em uma bela pintura, no final das contas...


Mas é isto que no final das contas a banda pretendia com este álbum. Uma jornada ao seu Eu interior, descascando-o; como de fato deve ser – pois este tipo de viagem pessoal, não costuma ser um passeio de domingo para um piquenique...


Ta. Espero não tê-los assustado... Porque no final das contas, apesar de melancólico, o som deles é bonito para caramba, mesmo que eu não faça a menor idéia com o que compará-los se me fosse perguntado...



Clip: A Whisper In the Noise: "Tale Of 2 Doves"














Link: A Whisper In The Noise - "Dry Land"
















4 comentários:

Anônimo disse...

oi! gostei muito desse grupo. tambem gostei muito do seu blogue! continua assim é dificil achar coisas para violoncelo!
beijo!

Anônimo disse...

valeu pela dica! não conhecia e achei ótimo o clipe. muito bom!!
parabens!

Karol (Blog Miss Carbono) disse...

Muito legal o seu blog, ta de parabens. Achei a banda, no minimo, interessante (vou baixar e ouvir o album pra ter melhor opinião hehe)
até +

Nameless disse...

Olá,

À medida que ia lendo o texto já estava imaginando que hora ou outra, o termo "Gótico" surgiria. hehehe

É minha primeira visita no blog, estava em busca de Vivaldi, sendo no entanto, direcionada pela google... E aqui estou! Mas para minha infelicidade, o link do download expirou e, em busca de redimir minha satisfação com música, é claro, acabei chegando aqui. =)

Pois bem, já que o autor pelo que vejo gosta de música "soturna", nada melhor do que recomendar Rosa crux, Stoa, Collection D'arnell Andrea e o último álbum do Sopor Aeternus o "Sanatorium Altrosa" (apesar de amar incondicionalmente todos) este soa mais Neoclássico que os trabalhos anteriores de Anna.

"Café"? Porque não uma chícara de Chá? =)

"Depois do silêncio, aquilo que mais aproximadamente exprime o inexprimível é a música."
(Aldous Huxley)

Atenciosamente,
Nameless.