A sociedade em geral não é uma coisa engraçada?
Ando envolvido com algumas descobertas envolvendo o Jazz, gênero este que considero uma tremenda incógnita para mim. Bom, não exatamente o Jazz puro, mas sim um sub-gênero, o “Progressive Jazz”, as vezes também conhecido como “Jazz Fusion”
Nestas minhas pesquisas por bandas que desenvolveram seu trabalho em cima deste gênero; além de desenterrar coisas de progressivo que já não escutava há muito tempo, também encontro coisas bastante improváveis. Que me perdoem os fãs do heavy progressivo, mas se querem ter “aulas” de técnica, bom gosto, feeling e também uma certa “sobrenaturalidade musical”, procurem se dar ao trabalho de escutar – com carinho, claro – os trabalhos de bandas como “The Mahavishnu Orchestra”, o Violinista Francês Jean-Luc Ponty, “Pat Metheny Group”. Tipo, o que raios este pessoal pensa que está fazendo? São monstros musicais, estão quase além de qualquer perspectivamente do que é técnica, sensível e sutilmente possível dentro do ato de compor. O que fazem impressiona. Intriga. Assusta. E, para os que não tem o ouvido para isto, pode até mesmo chegar a ser musicalmente ofensivo. Resumindo, um tremendo barato! hehehe
Agora, o comentário “de abertura” acima a respeito da sociedade ser um barato é: Lembro-me que em minhas épocas de colégio, algumas mães colocavam as filhas para fazer aulas de Ballet ou Jazz. Me expliquem. O que é “dançar jazz” nesse contexto? Como se dança por exemplo, ao som de Mahavishnu Orchestra?? Bizarro. Muito. O Brasil tem essa tendência de querer importar “rótulos musicais” de alguns gêneros, e passam a utilizá-los para músicas que nada tem a ver com a denominação original. É o mesmo caso do Funk. O Funk Brasileiro, coisa tão detestável, grosseira, sem um pingo de feeling e quando tanto, sem conceitos básicos de estética sonora, nada tem a ver com o Funk original, Norte Americano. O mesmo, se dá com o bendito Jazz.
De qualquer modo, o Jazz por essência, é um estilo de difícil definição. A mistureba geral inclui elementos Afros, Blues, grande trabalho de chamadas e respostas tonais, polirritmia e principalmente improvisação, muita improvisação.
Embora o padrão o trabalho de pergunta e resposta sonora seja mais presente no Blues, o trabalho da improvisação já era comumente utilizado de maneira assombrosa. Esta característica do Blues foi passada ao Jazz. Isto fica claro quando se compara a Música Erudita e o Jazz: No Erudito, embora os ornamentos, a interpretação e acompanhamentos sejam deixado a critério da regência, o objetivo dos músicos é executar as composições na forma que a partitura exige. No Jazz por outro lado, o músico irá interpretar e executar a música de uma forma livre; entrando em pauta fatores como a experiência pessoal, interações entre os demais músicos e até mesmo com o público. Com isto, a música no Jazz ganha uma forma bastante peculiar, sendo que as composições nunca são executadas exatamente da mesma forma, mais de uma vez; pois o músico brinca com as melodias, harmonias e fórmulas de compasso.
Assim, seria no mínimo cômico ver alguns alunos de Ballet ou Jazz, tentando dançar essencialmente o Jazz...
Para os Cellistas e demais músicos que acompanham este blog, disponibilizo aqui um material bem bacana a respeito, que pode ser bastante útil para quem quiser se aventurar por estas paragens. Publicado por Jamey Aebersold, aborda desde exercícios e técnicas para memorização, escalas mais usadas, articulações e ritmos; além de trazer várias curiosidades, dicas e sugestões para audição.
Divirtam-se!!
LinK: Jamey Aebersold – Jazz Handbook
3 comentários:
Ah, não vou esperar um dia para responder esse excelente texto... estava pensando em como abordar o tema da sensualidade e você me vem com Jazz? Eu tenho obrigação de responder... ;)
Adivinha de onde xupinhei o titulo desse post? hahaha ;)
Pega esse livrinho, é ótimo!! :)
Já peguei! Que não sou boba... ;)
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