Queria escrever algo aqui. Só não sei ao certo o que gostaria de dizer. Talvez nada, talvez só divagar um pouco.
Bom, após um período relativamente grande, eis que a depressão me pegou novamente, ou como tão singelamente diz uma grande amiga, “de volta ao vale”. Dois dias que coloco a cara para fora do quarto, apenas para comer alguma coisa, e tomar os devidos banhos.
É interessante a noção que a gente cria da realidade em cada estado de espírito diferente. Até antes de ontem, minha vida estava livre, leve... Ontem, sem motivo nenhum as coisas desmoronaram novamente. Arquitetura interna, algo da alma, fundações corroídas. Assim não dá mesmo, construir qualquer coisa em um terreno psíquico destes se torna absurdamente instável.
Tenho saudades de algumas pessoas. Algumas delas, sequer tive um contato real, apenas por curtíssimos períodos de tempo, como em uma noitada por exemplo. Outras, pessoas as quais desejava sinceramente poder conhecer mais aprofundadamente mas não conheço. Não existem chances, e os caminhos não se cruzaram por vezes o suficiente. Nos apegamos à sonhos, construções e idealizações do que queremos ser um dia. Mas para que? “Um dia” é algo também bastante ilusório...
Por hora me apego a um ou dois sonhos, sendo que o principal que construí nas últimas semanas, não sei se irá de fato sair do papel. Fuga? Não sei, talvez. Mudanças geográficas planejadas não são fugas, a grosso modo?
Abri o Estadão de domingo, algo a respeito dos movimentos de migração. É dito ali que grande parte das pessoas que decidem abandonar tudo, não o fazem apenas pela busca de oportunidades melhores. Também o fazem, por frustração em relação ao lugar aonde vivem. Frustração com as desigualdades sociais. Frustração com as relações sociais... Bem, acho que sou um destes...
Enfim...
Não tenho muito o que dizer realmente...
Ao menos... Meu Cello me acompanhou hoje... Hora de retomar... Como lí em “Notes on Interpretation” de Emanuel Feuermann... É tudo uma questão de “atrito”... Para um som belo, é necessário um tipo específico de atrito nas cordas... Então, comigo, vai ver que o atrito interno que estou me submetendo, não é o atrito correto para produzir algo que seja belo...
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